Imagine que um profissional, numa reunião de trabalho, tenha de
apresentar sua discordância em relação à opinião de outro colaborador da
empresa. O profissional, em vez de seguir um impulso inicial e dizer
"Você está completamente errado, essa sua visão tacanha do problema só
vai trazer mais aporrinhação, não posso concordar com você!", afirma o
seguinte: "Parece-me que você está equivocado, pois sua visão do
problema pode ser limitada e, talvez, acarrete mais complicações, assim,
tenho dificuldades em concordar com você". Nesse caso, o cuidado com a
elaboração da fala e com o modo como se dirige ao outro pode ser
considerado uma demonstração de que:
a) ao usar a linguagem, o indivíduo não realiza ações, não age nem atua sobre o interlocutor.
b) o
contexto e o interlocutor não precisam ser considerados no uso da
língua, pois a linguagem é uma experiência de interação que não tem
relação com quem fala e quem ouve.
c) a linguagem é somente expressão do que temos em mente e o foco deve ser apenas a correção gramatical.